Fatores que afetam a eficiência reprodutiva dos rebanhos bovinos
Publicado: 11/01/2019 - 22:16
Última modificação: 08/04/2019 - 21:41
Os produtores que desejam manter-se na atividade leiteira devem sempre procurar eficiência para ter rentabilidade. Assim, elevada produção de leite associado à alta eficiência reprodutiva devem ser sempre as metas dos criadores para alcançarem alta produtividade e retorno econômico. Portanto o aumento da eficiência reprodutiva pode ser um dos principais fatores que contribuem para melhorar o desempenho e a lucratividade do rebanho leiteiro. O desempenho reprodutivo é o responsável direto pela produção de leite por dia de vida útil da vaca, número de animais de reposição, redução de custos e aumento do ganho genético. Quando a reprodução esta em ordem a fazenda tem mais vacas produzindo leite, mais novilhas para reposição e os descartes são feitos de forma voluntária (a vaca é descartada por uma decisão de manejo, baseada na produção de leite, tipo, temperamento, resistência as doenças, entre outras características), e não involuntária (a vaca prenha é mantida no rebanho e a vaca vazia é descartada, sem considerar as características produtivas). E isso ocorre na maioria das fazendas com problemas de reprodução. A maioria das vacas de leite é descartada involuntariamente devido às falhas reprodutivas ou doenças, principalmente mastite e problema de casco. A taxa de descarte involuntário deve ser a menor possível para que haja chances do rebanho crescer, ou seja, criada chances de descarte voluntário mais intensivo, permitindo uma seleção do rebanho. As falhas reprodutivas são umas das principais causas do descarte involuntário, de vacas de leite. Vacas vazias têm 7,5 vezes mais chances de serem descartadas do que vacas gestantes. Comparado com as outras causas do descarte involuntário, as falhas reprodutivas merecem atenção especial, pois a eficiência reprodutiva determina a produção de leite por dia de vida útil da vaca no rebanho e isso significa lucro para o produtor. O trato reprodutivo leva aproximadamente de 30 a 40 dias para voltar ao estado pré-gestacional após o parto, esse processo é chamado de involução uterina. Portanto na maioria das vacas a inseminação pode ser iniciada de 30 a 40 dias após o parto. A involução uterina é um processo séptico, com presença de vários tipos microorganismos. Em vacas saudáveis em bem manejadas, o ambiente uterino estéril é restabelecido dentro de dias ou semanas após o parto. As vacas com problemas no parto ou no pós-parto apresentam redução da habilidade de controlar a contaminação uterina, que evolui para um quadro de infecção uterina, que pode ser desde uma metrite puerperal aguda (caracterizada pelo aparecimento agudo de sinais de toxemia ou septicemia, febre alta, depressão, queda severa do consumo e da produção de leite, além de descarga uterina aquosa e fétida) ou uma endometrite clínica ou subclínica, que só vai ser diagnósticada quando a vaca for ser inseminada, pela presença de secreção purulenta. A condição do útero no pós-parto constitui um dos principais fatores que influenciam a fertilidade das vacas. Quando tudo ocorre da forma esperada as vacas já podem ser inseminadas com 40 a 60 dias após o parto, mas para isso temos que minimizar a ocorrência dos problemas peri-parto, que comprometem a involução uterina, como a retenção de placenta, hipocalcemia e infecção uterina. A ocorrência de retenção de placenta é alta em vacas de leite, e uma das conseqüências da retenção de placenta é a infecção uterina pós-parto. Outro fator que reduz o desempenho reprodutivo é a falha de detecção do estro reduzem. O prolongado intervalo entre parto-primeira inseminação, resultante de inadequada taxa de detecção do estro, aumenta o intervalo entre partos. O tempo gasto por dia e o horário da observação são muito importantes na eficiência da detecção de estro. Com o aumento do número de vezes/dia gastos na observação do estro, aumenta-se a eficiência da detecção. O período da manhã é o horário em que se observa maior número de vacas em estro. Assim, deve-se aumentar o número de observações por dia, porém o momento da observação também é importante. Além disso, maior número de vacas em estro no mesmo período do dia aumenta o número de vacas detectadas. Manifestações de estro são menores devido às doenças, problemas nas pernas e pés ou a outros fatores estressantes. Fatores ambientais, como o estresse térmico, podem influenciar o número de montas, a duração e a intensidade do estro. Vacas alojadas em piso de concreto também apresentam menor intensidade de estro do que vacas mantidas a pasto. A produção de leite influencia a duração do estro sendo que, em vacas de alta produção a duração do estro é menor do que em vacas de menor produção. Na maioria das fazendas a rotina de observação de cio é falha e tem pontos para serem melhorados, portanto são poucas fazendas que não podem reduzir o intervalo parto/concepção só aperfeiçoando a rotina de detecção de cio. Aumentar a taxa de detecção de cio requer esforço extra de todas as pessoas envolvidas na produção de leite (proprietário, técnicos, funcionários e pesquisadores). Vaca para expressar os sinais de cio precisa de boa alimentação, conforto, saúde nos cascos e atenção aos detalhes. Baseado nesses pontos apresentados objetiva-se com o conjunto de sub-projetos avaliar os fatores que afetam o desempenho reprodutivo das fêmeas bovinas da região do Triângulo Mineiro e a partir desses dados desenvolver estratégias para aumentar a eficiência desses rebanhos.