Sanitizantes tradicionais vs naturais: desafio in vitro e in situ em bactérias multirresistentes
Publicado: 24/01/2024 - 09:05
Última modificação: 24/01/2024 - 09:05
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Resumo: A variedade de micro-organismos patogênicos aliada à diversidade de fatores de virulência, resistência, adaptação e as distintas formas de transmissão torna cada vez mais desafiadora a elaboração de estratégias de controle efetivas e práticas de higienização passíveis de serem inseridas ao cotidiano de ambientes industriais e hospitalares. A dissertação foi dividida em dois capítulos, o primeiro consta de revisão bibliográfica sobre o tema, e o segundo, de um artigo científico que objetivou avaliar a eficiência de dez agentes biocidas, incluindo tradicionais e naturais, contra onze bactérias, sendo oito multirresistentes (MR) provenientes de ambientes hospitalares e da indústria de alimentos. Para isso, realizamos a determinação da Concentração Bactericida Mínima (CBM), que estabeleceu concentrações e tempos necessários para inibir o crescimento das cepas bacterianas, seguido da aplicação do teste de eficiência, específico para aceitação de novos agentes químicos, e o teste in situ realizado em ambiente hospitalar na verificação do efeito antimicrobiano na rotina da limpeza. Os produtos testados incluíram os tradicionalmente utilizados e os naturais inovadores - Ácido Peracético, Quatercap BDD 500, Quatercap DBB, Biguanida, Digluconato Clorexidina , Óleo de Pinus, Extrato de Neem, Óleo de Melaleuca, Óleo de Laranja e Ácido Lático. Os testes preliminares (CBM) demonstraram que cinco cepas apresentaram resistência a 50% dos agentes testados, e Pseudomonas aeruginosa resistiu a 7/10 agentes químicos. O ácido peracético, digluconato de clorexidina e extrato de neem inibiram todas as cepas pela CBM. Após definição das concentrações alvo, identificamos eficiência para todos os agentes tradicionais, com redução média de 7,07 ± 0,331 log, e para o extrato (média de 6,60 ± 0,33 log) no controle das 11 cepas. A aplicação do teste in situ permitiu concluir o melhor efeito do ácido peracético, uma vez que não houve crescimento bacteriano. Porém a redução superior a 99,99% após uso de biguanida, extrato de neem, óleo de melaleuca e óleo de laranja destaca a possibilidade de uso de alternativas naturais para o controle bacteriano em superfícies.
Abstract: The variety of pathogenic microorganisms, along with the diversity of virulence factors, resistance, adaptation, and various forms of transmission, makes the development of effective control strategies and hygiene practices increasingly challenging in industrial and hospital environments. The dissertation is divided into two chapters: the first is a literature review on the subject, and the second is a scientific article which aims to evaluate the efficiency of ten biocidal agents, including traditional and natural ones, against eleven bacteria, eight of which are multidrug-resistant (MR) from hospital environments and the food industry. To achieve this objective, we determined the Minimum Bactericidal Concentration (MBC), which established the concentrations and times required to inhibit the growth of bacterial strains. Next, the efficiency test was performed, specific to the acceptance of new chemical agents, and the in situ test conducted in a hospital environment to verify the antimicrobial effect in routine cleaning. The products tested included those traditionally used and innovative natural ones - Peracetic Acid, Quatercap BDD 500, Quatercap DBB, Biguanide, Chlorhexidine Digluconate, Pine Oil, Neem Extract, Melaleuca Oil, Orange Oil and Lactic Acid. Preliminary tests (MBC) showed that five strains resisted to 50% of the agents tested, and Pseudomonas aeruginosa resisted 7/10 chemical agents. Peracetic acid, chlorhexidine digluconate and neem extract inhibited all the strains by MBC. After defining the target concentrations, we identified efficiency for all the traditional agents, with an average reduction of 7.07 ± 0.331 log, and for the extract (average of 6.60 ± 0.33 log) in controlling the 11 strains. The application of the in situ test led to the conclusion that peracetic acid had the best effect, since there was no bacterial growth. However, the reduction of over 99.99% after using biguanide, neem extract, tea tree oil and orange oil highlights the possibility of using natural alternatives for bacterial control on surfaces.