Com base nos dados coletados em dezembro de 2021, foi divulgada neste ano a primeira edição do Ranking dos Principais Cientistas para a Ciência Animal e Veterinária, elaborado pelo Research.com. O site é uma das principais páginas de pesquisa sobre ciência animal, fornecendo informações sobre esse tema desde 2014.
Matias Szabo, professor da Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade Federal de Uberlândia (Famev/UFU), foi considerado o 15º melhor cientista veterinário do Brasil e o 554º do mundo. O docente ministra a disciplina de Patologia Geral Veterinária e atua na pós-graduação com pesquisas que envolvem a relação hospedeiro-parasita.
Os critérios de avaliação e inclusão no ranking levaram em conta o índice h da disciplina – proposto para quantificar a produtividade e o impacto de cientistas baseando-se nos seus artigos mais citados –, a proporção das contribuições feitas dentro da disciplina em questão, assim como os prêmios e realizações do cientista.
O docente, que afirma que teria cursado Ecologia ou Etologia caso não tivesse ido pelo caminho da veterinária, possui 105 publicações e mais de 4 mil citações em artigos. Suas pesquisas envolvem, principalmente, a compreensão das relações carrapato-patógeno-hospedeiro-ambiente e seus possíveis desequilíbrios, em especial os de origem antrópica – causados por ações humanas.
“Percebemos esses desequilíbrios pelo incremento das infestações ambientais e de doenças transmitidas pelo vetor tanto para seres humanos como para animais domésticos”, explica o pesquisador.
Szabo conta que os trabalhos publicados possuem “vida própria” e sua importância varia ao longo do tempo, conforme as necessidades do saber. Para o cientista, os estudos realizados em áreas naturais preservadas estão entre os seus favoritos, uma vez que fornecem parâmetros importantes para a compreensão dos desequilíbrios urbanos e rurais, obrigando-o a rever muitos dos seus conceitos.
Como forma de inspirar os jovens que desejam seguir a carreira acadêmica, o docente estimula-os a terem envolvimento, honestidade e resiliência. Envolvimento para aprofundar-se e interessar-se por aquela área do conhecimento, o que impulsiona o indivíduo na pesquisa. Honestidade para enxergar a realidade, perceber erros e se dar a oportunidade de descobrir. Resiliência para enfrentar as dificuldades e limites que existem em todas as pesquisas.
Alessandra Rodrigues, aluna de Szabo no doutorado, afirma que a ética inerente ao professor torna-o muito respeitado por todos, individualmente e profissionalmente.
“Matias faz jus a sua posição dentro do cenário de cientistas veterinários do Brasil. É um cientista muito experiente e preocupado em passar seu conhecimento aos seus alunos”, conta Rodrigues.
Os próximos passos do pesquisador envolvem estudos com três espécies de carrapatos de relevância na transmissão de doenças para cães, bovinos e humanos.
“Estudamos as características ambientais que favorecem ou, no outro extremo, impedem o ciclo de vida destes carrapatos. Estas informações permitirão determinar melhor a sua distribuição geográfica e ambiental, além de definir um controle ecológico”, finaliza Szabo.